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O Câncer foi a segunda causa de morte nas pessoas com 60 anos ou mais no Brasil em 2019.
Os idosos são a maioria dos pacientes com câncer e o número de casos novos de câncer devem dobrar até 2035.
Estes dados não devem nos amedrontar e sim servir de alerta para a estruturação de serviços e capacitação de profissionais de saúde para tal cuidado. Além de trabalharmos sempre que possível com a prevenção de doenças.
Assim como um idoso é diferente do outro, os tipos de câncer são diferentes entre si!
“Da mesma forma que tenho pacientes com 60 anos acamados e de 80 anos correndo maratona. Tenho pacientes que vivem com câncer por meses e aqueles que vivem por muitos anos. Não podemos generalizar e achar que tudo é igual.”
Dra Andresa Lima, médica Geriatra pela USP e atualmente cursando a subespecialização em Oncogeriatria no ICESP e Hospital Sírio Libanês, tem ampla experiência no tratamento e acompanhamento de idosos com câncer.
O conhecimento da doença oncológica, das novas tecnologias e das medicações, aliado à excelência na avaliação geriatrica pré tratamento, controle de doenças e reabilitação antes, durante e depois do tratamento, constituem, até o momento, o melhor cuidado que um idoso com câncer pode receber.
O que faz o Oncogeriatra no cuidado do Câncer?
- Auxílio na tomada de decisão (paciente tolera ou não os tratamentos disponíveis?)
- Diminuição e melhor controle das toxicidades que podem existir com o tratamento
- Controle de doenças pré existentes
- Ajuste medicamentoso e avaliação da interação dos medicamentos
- Reabilitação (antes, durante e depois do tratamento oncológico)
- Avaliação dos aspectos: nutricional, controle de dor, humor, sono, memória, funcionalidade.
A oncogeriatria trabalha em conjunto com os médicos oncologistas, cirurgiões, radioterapeutas e demais envolvidos no processo, para que o paciente esteja preparado para o melhor tratamento que ele pode receber.
O Oncogeriatra trata o Câncer?
O Oncogeriatra não prescreve quimioterapia, radioterapia ou realiza cirurgia. Este médico realiza o ajuste fino para que o paciente em questão esteja em melhor condição para realizar o tratamento oncológico e ser cuidado durante todo o processo de saúde-doença do indivíduo.
No entanto, o tratamento do câncer sempre é interdisciplinar, envolvendo vários especialistas e mais uma vez o médico Oncogeriatra age coordenando este cuidado.
Dra Andresa Lima, médica Geriatra pela USP e atualmente cursando a subespecialização em Oncogeriatria no ICESP e Hospital Sírio Libanês, tem ampla experiência no tratamento e acompanhamento de idosos com câncer.
Preciso de um Oncogeriatra no meu tratamento do Câncer?
É recomendado pela SIOG (Sociedade Internacional de Oncogeriatria) e NCCN que todos pacientes idosos com câncer sejam avaliados pelo geriatra.
A Avaliação Geriatrica Ampla avalia com mais acurácia o idoso, a fim de minimizar os efeitos tóxicos do tratamento do câncer e melhorar a qualidade de vida da pessoa idosa.
O conhecimento da doença oncológica, das novas tecnologias e das medicações, aliado à excelência na avaliação geriatrica pré tratamento, controle de doenças e reabilitação antes, durante e depois do tratamento, constituem, até o momento, o melhor cuidado que um idoso com câncer pode receber.
Dra Andresa Lima tem vasta experiência no seguimento de idosos com câncer, dessa forma otimizando as chances de sucesso no tratamento proposto e diminuição das possíveis toxicidades existentes.
O Oncogeriatra substitui o Oncologista, no tratamento do Câncer?
Não. O tratamento do câncer sempre é interdisciplinar, envolvendo vários especialistas (oncologista clínico, cirúrgico, radioterapeuta, nutricionista, fisioterapeuta…).
O médico Oncogeriatra age coordenando este cuidado e otimizando as chances e a tolerância do paciente para o tratamento do câncer.
Possibilidades de tratamento para o Idoso com Câncer:
- Cirurgia convencional, por vídeo, robótica
- Radioterapia / radiocirurgia
- Quimioterapia
- Imunoterapia
- Hormonioterapia
- Terapia Alvo
São inúmeras as possibilidades de tratamento no dia de hoje. A escolha da terapia depende do tipo de câncer, das condições de saúde em que a pessoa se encontra, expectativa de vida que tem e os desejos que carrega consigo.
É importante ter em mente que os tratamentos modificadores de doença devem andar de mãos dadas aos cuidados paliativos, área da medicina que traz alívio para os sintomas das doenças que ameaçam a vida.
Não entendo o tratamento modificador de doença e os cuidados paliativos como opostos e sim como parte do mesmo tratamento em intensidades diferentes a depender da fase de doença que a pessoa se encontra.
Além disso, o cuidado de alguém que tem câncer é sempre interdisciplinar. Vários profissionais trabalhando juntos em busca dos melhores resultados para cada um.
O Idoso pode receber Quimioterapia?
É senso comum que idosos são mais vulneráveis a complicações do tratamento oncológico, mas a idade isoladamente não contraindica nenhum tipo de tratamento, apesar de ser um fator importante levado em consideração na tomada de decisão.
“Existe muito preconceito no sentido de que as pessoas idosas não devem fazer cirurgia, quimioterapia ou outros tratamentos relacionados ao câncer. A idade é um fator importante, mas isoladamente não define se uma pessoa tolera ou não o tratamento. É aqui que o médico Geriatra faz toda a diferença, ajudando o indivíduo em todo o seu processo de saúde-doença, entendendo os seus valores e lutando por ele.”
O idoso deve realizar rastreamento para Câncer?
Ao se rastrear um câncer queremos encontrar ele numa forma tão inicial que o tratamento precoce aumente as chances de cura do paciente e o tratamento seja o menos danoso possível.
Ao mesmo tempo, precisamos entender quem é meu paciente, a expectativa de vida que ele tem, as doenças que trata e seus valores.
É preciso conhecer bem a história natural daquele câncer, como ele se comporta, quanto tempo leva para crescer, o que acontece se não for iniciado nenhum tratamento.
O que precisamos ter em mente é que o tratamento nunca pode ser pior que a doença, mas não é porque alguém é idoso que não deva fazer rastreamento ou tratamento do câncer.
É necessário individualizar e ninguém melhor que o Geriatra e Oncogeriatra para entender este conceito.
“Individualizo os cuidados de cada paciente meu, de acordo com seus desejos, evidências científicas, avaliação de benefícios e malefícios de cada procedimento.” Dra Andresa Lima
Quais tipos de câncer devem ser rastreados?
Na população geral os tipos de câncer que tem benefício de detecção precoce são:
- mama
- próstata
- colo uterino
- colorretal (intestino)
- pulmão
A depender da genética e história familiar de cada um, isto pode mudar.
O que você deve fazer pelo seu familiar que tem câncer?
- Incentivar a manter suas atividades dentro e fora de casa.
- Estimular o convívio Social.
- Acompanhar nos serviços de saúde para que possa participar dos cuidados.
- Estar Presente.
- Atenção a sintomas de humor como depressão e ansiedade, comum nesta população.
A pior coisa que você pode fazer por alguém com câncer é assumir todas as atividades dela e achar que ela não é capaz de executar suas tarefas. Este tipo de atitude está associado ao aumento de dependência, afinal perdemos o que não usamos.
Nutrição no idosos com câncer
É muito comum que ao tratar o câncer, as pessoas pensem que o único médico que precisa ir é o oncologista e esquecem do cuidado com as outras condições de saúde, inclusive com a própria alimentação.
É de extrema importância que a pessoa com câncer faça as 3 principais refeições de forma completa (proteínas, gorduras e carboidratos), que faça também lanches e que seja avaliado a necessidade de suplementos nutricionais.
Muitos tipos de câncer estão associados a perda de peso. Otimizar a alimentação e manutenção ou ganho de peso pode ser a diferença entre as pessoas que vão conseguir realizar o tratamento ou não.
Na consulta com o Oncogeriatra, verificamos o que o idoso tem comido, qual a logística para o preparo dessas refeições.
Além disso, tratar a dor, sintomas depressivos, constipação, náuseas e outros sintomas é essencial para o retorno do apetite. Nenhuma pessoa com esses sintomas vai de fato querer comer, seu tratamento pode fazer milagres para a melhora do apetite.
Atividade Física no Idoso com Câncer
Quanto mais parados ficamos, mais massa magra e músculo perdemos, e com eles nossa capacidade de ser independentes e de tolerar os tratamentos propostos.
Realizar atividade física de forma supervisionada, além de manter seu corpo forte, te ajuda a tolerar melhor os tratamentos propostos: cirurgia, quimioterapia, radioterapia, hormonioterapia, imunoterapia… Além de manter sua autonomia por mais tempo.
Desta forma é essencial a realização de atividade física regular, resistida (puxando peso) e aeróbica (trabalhando capacidade cardiovascular).
“Costumo dizer para meus pacientes, que um geriatra que se preze é quase um coach de exercício físico e esta é uma das melhores formas de expressar amor por você mesmo. Melhora o sono, humor, memória, dores, disposição, te dá força e agilidade, para seguir nesta vida de forma independente com mais satisfação.”
Humor no idoso com Câncer
A depressão e a ansiedade são sintomas muito prevalentes em pessoas que vivem com câncer.
Rastrear estas doenças é de fundamental importância, pois impactam negativamente na vida da pessoa acometida. Piorando dores, sono, memória, apetite, satisfação com a vida e relações interpessoais.
O tratamento do humor nas pessoas com câncer precisa ser feito por profissional experiente, que entenda as peculiaridades da situação.
Dra Andresa Lima é geriatra pela Universidade de São Paulo (USP) e faz a subespecialização em Oncogeriatria, apresentando grande experiência com idosos com câncer, auxiliando no tratamento e sucesso do mesmo.
“Diminuir a depressão e a ansiedade de uma pessoa, traz ela de volta a vida e otimiza suas chances no tratamento do câncer.”
Dor no Idoso com Câncer
Nos dias de hoje, temos uma ampla variedade de tratamentos para a dor.
Seja medicações administradas pela boca, pela veia, pela pele ou mesmo procedimentos que podem ser associados como: meios de calor, de frio, de choque, agulhamento, infiltração, etc.
Aliviar a dor é prioridade em qualquer fase do tratamento. Ter ao seu lado um profissional com experiência aumenta a qualidade de vida no processo de saúde-doença em que a pessoa se encontra.
“Tratar a dor de alguém devolve a dignidade e a vontade de viver. Traz conforto e confiança para o caminho que será percorrido.”
O tratamento do Câncer prejudica a memória?
Existe um termo na literatura chamado Chemobrain. Este termo está realacionado aos problemas de memória que podem vir secundários ao tratamento do câncer.
No entanto, hoje se sabe, que o próprio câncer em si, gera inflamação no organismo, podendo levar a algum grau de comprometimento cognitivo, que somados ao tratamento, má alimentação, sedentarismo, podem levar a piora da memória e não apenas as medicações usadas para tratar o câncer.
Algumas vezes os pacientes já apresentam algum grau de demência, que antes passava despercebido e que se acentua quando a pessoa precisa de mais cuidados.
Atuar em todas as vertentes e investir na reabilitação cognitiva é fundamental no tratamento da pessoa com câncer.
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